Blog do Zé Antônio

Jornalista, radialista e apresentador de TV

Mais de 40 milhões vivem como escravos no mundo

por Jornal O Tempo

Postado em 20 de Setembro de 2017 às 01:06 hrs


Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo viviam sob escravidão em 2016, segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Walk Free Foundation divulgado nesta terça-feira. Uma em cada quatro vítimas eram crianças, ou cerca de dez milhões. No conceito de escravidão moderna, estão incluídos tanto os casos de trabalho forçado — 24,9 milhões — quanto os de casamento forçado — 15,4 milhões. Mulheres e crianças são maioria absoluta entre os que sofrem como escravos modernos: são 28,7 milhões ou 71% do total. Entre os 15,4 milhões submetidos a casamentos forçados, mais de um terço eram crianças no momento em que se casaram. Ao todo, 6,5 milhões desses casamentos ocorreram nos últimos cinco anos — entre 2012 e 2016. Dos 25 milhões em trabalho forçado, 16 milhões estavam no setor privado — especialmente em trabalho doméstico, construção e agricultura —, cinco milhões em situação de exploração sexual e mais de quatro milhões (ou 16% do total) viviam sob trabalho forçado pelas autoridades estatais.

Escravos no mundo (em milhares)

Ásia e Pacífico: 24.990

Estados árabes: 520

Américas: 1950

Europa e Ásia Central: 3590

África: 9240

 

Um segundo estudo também divulgado pela OIT mostra a dimensão mundial do trabalho infantil: são 152 milhões de crianças (com idade entre 5 e 17 anos), ou uma em cada dez no mundo. Mais da metade delas estão na África (72,1 milhões), seguida por Ásia e Pacífico (62 milhões), Américas (10,7 milhões) e Europa e centro da Ásia (5,5 milhões). Das crianças entre5 e 14 anos que trabalham, um terço está fora das salas de aulas.

— A mensagem que a OIT envia hoje, junto com seus parceiros, é clara: o mundo não vai alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável a não ser que se aumente dramaticamente os esforços para lutar contra esses flagelos. As novas estimativas globais podem ajudar a desenvolver intervenções para prevenir o trabalho forçado e o trabalho infantil — afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

— O fato de que como sociedade ainda temos 40 milhões em escravidão moderna nos envergonha a todos. Se considerarmos os dados dos últimos cinco anos, 89 milhões de pessoas viveram algum tipo de escravidão por algum tempo, seja de dias ou a cinco anos. Isso mostra a discriminação e as desigualdades no mundo hoje, ao lado de uma chocante tolerância à exploração. Isso precisa parar. Todos temos um papel para mudar a realidade — apontou Andrew Forrest, fundador da Walk Free Foundation.

 

Nenhum comentário disponível até o momento.